Sentimentos como empatia, respeito, tristeza, surpresa e preocupação são discutidos e fundamentados por rica bagagem artística entre os alunos dos primeiros anos.
Desde as primeiras manifestações artísticas deixadas há 30.000 a.C com a forma de pinturas e esculturas em marfim, é de cunho social a manifestação de sentimentos e a necessidade de compartilhá-los com o grupo onde se está inserido.
Com o passar do tempo, como já conhecemos, tanto as técnicas como as manifestações artísticas se modificaram em suas características e especificações, porém, de maneira intencional ou não, a expressão segue latente.
Pensadores que fundamentam a didática do ensino da arte, como Mirian Celeste Martins, Gisa Picosque e M. Terezinha Telles Guerra, fundamentam a postura de “escuta ativa” que o professor deve adotar:
Valorizar o repertório pessoal de imagens, gestos, “falas”, sons, personagens, instigar para que os aprendizes persigam ideias, respeitar o ritmo de cada um no despertar de suas imagens internas são aspectos que não podem ser esquecidos pelo ensinante de arte. Essas atitudes poderão abrir espaço para o imaginário. (Em Didática do ensino de arte: a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte, p. 118).
Além dessa escuta ativa é papel do professor ser um adulto preparado a fim de proporcionar meios para que, junto ao repertório pessoal, se fomente a capacidade crítica, narrativa e expressiva que as manifestações artísticas contemplam.
Para tanto é necessário que se crie e deixe criar, ou seja, que após o suporte teórico e o processo de apurar percepções, a criança possa utilizar-se da nova bagagem para produzir novos instrumentos de cultura.
Por meio de discussões onde conhecem a vida, ideais e obras de diferentes artistas, as crianças manifestam através da leitura da obra o sentimento que nela encontram. E então, partindo desse olhar singular e único, inicia-se a discussão sobre o sentimento em questão, e as manifestações do mesmo.
A BNCC traz consigo 10 competências gerais como norteadoras do processo educativo (conhecimento; pensamento científico, crítico e criativo; repertório cultural; comunicação; cultura digital; trabalho e projeto de vida; argumentação; autoconhecimento e autocuidado; empatia e cooperação; e responsabilidade e cidadania) e, este estudo guiado é apenas uma, das formas onde essas competências são trabalhadas com os alunos dos primeiros anos.
Setembro/2019