Para encerrar a 1° edição do Ciclo de Palestras, do projeto Orientação de Carreira para os alunos do Ensino Médio, o Colégio Harmonia teve a honra de receber o perito forense, Eduardo Llanos.
Formado em Ciências Policiais, Criminalista e Direito Penal, Eduardo é presidente e fundador da maior empresa de Perícias Particulares da América do Sul, SECRIM – Sewell Criminalística.
Ao longo de 30 anos, Eduardo – que é chileno e já trabalhou na polícia do Chile – atua em inteligência investigativa e participou do programa “Em Nome da Justiça”, expondo injustiças judiciais.
No momento, ele só trabalha de forma particular e costuma ser contratado por advogados, como no Caso Bernardo. Outros casos famosos que estão na carreira do perito estão o de João Victor de Souza Carvalho e Barbara Querino (provando inocência), a morte de um soldado em Salvador e a reabertura do caso da mãe do Rafael. Atualmente, está no caso Cigana Hyara Flor.
Durante a palestra, Eduardo apresentou alguns crimes e investigações nos quais trabalhou. E explicou técnicas e materiais utilizados por ele.
“Se há uma dúvida a favor do réu, tudo pode ser investigado. Não existe nada que comprove um crime, como as provas de um perito”, destacou.
Ele aproveitou para exemplificar com o acontecimento em que a torcedora Gabriela Anelli foi atingida por uma garrafa de vidro durante uma briga entre torcedores, pouco antes de uma partida entre Palmeiras e Flamengo.
“Foram dois pedaços de vidro que mataram a moça ao atingir o pescoço. Cadê os pedaços para saber se são da garrafa que ele jogou? Se não existem provas, eu vou questionar. E se eu questiono a prova perde a validade, porque não tem como comprovar técnica-cientificamente que essa prova é única e verdadeira”.
Eduardo falou sobre as diferenças de seu trabalho em relação ao da polícia: “Existe a perícia particular e a da polícia. A melhor é a que resolve o problema”.
No Brasil, existem três formas de atuação de um perito: o criminal, que é da polícia, o perito judicial e o assistente técnico, que é o perito particular. Segundo ele, o que dificulta a precisão dos resultados, é o modo de trabalho no Brasil.
“O perito não pode encontrar na cena de um crime o que não conhece. Por isso, é necessário muito conhecimento. No Paraguai, por exemplo, são cinco anos de faculdade. Aqui, tem cursos com duração de seis meses e torna-se perito da polícia. Muitas vezes, cometem-se erros por desconhecimento do trabalho pericial.”
Ainda de acordo com o perito, 92% dos crimes no Brasil ficam impunes. “Por isso, rouba-se e mata-se tanto”.
Eduardo cativou os estudantes com seu jeito divertido e direto ao contar os casos. Ao final da palestra, muitos estudantes ficaram conversando com o palestrante. “A perícia é uma coisa fascinante. É muito mais lucrativa de uma forma particular do que oficial. Mas o melhor de tudo é que ela não permite a injustiça, mesmo, às vezes, causada pela própria justiça”.