Agnes Tamaki, 70 anos, tem uma história que se une com a do Harmonia. Seu avô, Shungoro Wako, foi um dos fundadores da Associação.
De família de agricultores, Agnes lembra com orgulho os esforços do avô em prol da colônia japonesa.
“Na época, ele viajava muito para arrecadar fundos. Ele pensava mais na comunidade do que na própria família. Hoje em dia, as pessoas não têm esse pensamento de ajudar, de melhorar, infelizmente”.
Nascida em Pereira Barreto, interior de São Paulo, Agnes morou na Casa dos Estudantes durante quase cinco anos, de março de 1970 a janeiro de 1975.
“Conheci diversas pessoas, de várias partes do Brasil. Foi muito importante essa sociabilidade para aprender a lidar com as pessoas”, ressalta.
Quando chegou à capital paulista aos 19 anos para fazer cursinho, Agnes sabia dos sacrifícios do pai e logo começou a trabalhar na gráfica do tio, na Liberdade, seu primeiro emprego.
Focada nos estudos, passou em Letras na Fundação Santo André, hoje ABC. Formou-se, mas foi no concurso público para o Banco do Brasil que se realizou profissionalmente. “Passei por vários setores até me aposentar na área de empréstimo”.
E a relação com o Harmonia não acaba por aqui, Agnes se casou com Luiz Tamaki, que também era interno da Casa dos Estudantes, e tiveram um filho, André.
Atualmente, Agnes dedica seu tempo ao neto, Rafael, de seis anos, ensinando a língua japonesa. E graças à tecnologia, a aposentada mantém o contato com os amigos ex-harmonienses em um grupo no WhatsApp chamado CEH.
“É muito animado. O pessoal posta foto da época, já marcamos reuniões. É muito bom recordar”.