Ensino Médio

Cirurgião plástico é o 3° convidado do Ciclo de Palestras

Nesta quinta (02), o Colégio Harmonia teve a honra de contar com a palestra do médico cirurgião plástico, Dr. Jorge Caio Braz.

Com 35 anos de carreira, Jorge formou-se em 1988 no curso de Medicina, na Faculdade de Ciências Médicas de Pouso Alegre, Minas Gerais, com Residência médica em cirurgia geral nos hospitais conveniados à Faculdade de Medicina do ABC (1989/90); Residência médica em cirurgia plástica reparadora e estética no Hospital Jaraguá, em São Paulo, entre 1990 e 1992; Especialização em cirurgia plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, em 1992; Formação extracurricular como acadêmico estagiário no Hospital e Maternidade Assunção – onde atuou como parte do corpo clínico entre 1989 e 2015 – e, desde 1989, é médico do corpo clínico do Hospital IFOR, em São Bernardo do Campo.

“Por mais que a gente estude, não temos condições de saber tudo que acontece dentro de um corpo humano. As possíveis áreas de estudo na Medicina são infinitas – talvez um leque maior do que todas as profissões. Você tem a chance de escolher áreas desde onde você nem vê o paciente, ou você fica em frente de uma tela e vê só algumas imagens, até as áreas em que você mexe no meio do cérebro e do pulmão do paciente. Mas tudo dentro do corpo. E isso eu acho muito fascinante. Saber que tudo o que pode acontecer daquilo que você estuda está dentro de um corpo humano”.

Caio fez questão de destacar a valorização que existe em torno do profissional de medicina, mas que o amor pela profissão é fundamental.

“O tratamento que existe com a gente é outro, sim! Isso existe em todas as situações. Não estou falando do status, do glamour, mas o entendimento é outro quando você fala que é médico. É muito importante saber ter humildade e não deixar que isso cresça e você se sinta “o cara”, por ser médico. O que ajuda demais na carreira de um médico, é ser médico pelo altruísmo, pela vontade e pelo desejo de auxiliar o outro! Se não subir à cabeça, se não tiver a soberba, vocês podem conduzir com muita tranquilidade a carreira”.

“Certa vez, logo no começo da faculdade, eu passei por uma situação difícil em uma emergência e comentei com meu irmão: não sei se eu aguento! Ele respondeu: é só o começo. Pensa muito bem. Vão ocorrer situações muito piores. Muita gente acha que médico é frio. Não é. Eu choro pelas coisas difíceis que eu vejo. É você colocar a frente o seu objetivo principal, que é de auxiliar.”

Ele destacou a necessidade de uma abordagem holística para o cuidado com os pacientes, ressaltando a importância não apenas das habilidades técnicas, mas também da empatia e da compaixão.

“Hoje eu estou na área estética da cirurgia plástica. Mas eu trabalhei cerca de 30 anos com traumas, tragédias, queimaduras graves. Não tem como você ser especialista em cardiologia e só saber de coração. Você precisa saber de todo o resto. Todas as matérias durante o curso são importantes. Você precisa ver o paciente como um todo. É você bater o olho nas mãos do paciente e ver que as unhas dele tem um formato diferente e desconfiar que ele tem um problema cardiológico. Tudo está interligado”.

Durante a palestra, o cirurgião abordou as dificuldades enfrentadas durante sua jornada acadêmica e profissional. Desde as exigências rigorosas da faculdade de medicina até os desafios éticos e emocionais enfrentados no dia a dia da prática médica.

“Infelizmente, nos deparamos com muita falta de ética, principalmente com relação aos pacientes: indicação de tratamentos que não são necessários: cirurgias, medicamentos, tudo por ter um interesse financeiro. Pensem muito bem em relação a isso, sejam éticos. Principalmente em áreas que você vai cuidar do outro, ele está entregando a vida no seu conhecimento. Não sabe fazer? Fala para o paciente: eu não trato isso, não é minha área. Não se aventure. Se você tem ideia do universo que existe dentro do corpo humano, você vai conseguir orientar. Estou com a minha agenda aberta até 2041, depois eu não quero mais. A gente não quer parar. Se você escolher fazer Medicina faça por amor. Você vai aguentar todas as dificuldades, vai beneficiar muita gente e se beneficiar também”.

As palavras do cirurgião plástico serviram como um lembrete poderoso de que, apesar dos desafios, a medicina continua sendo uma das profissões mais gratificantes e nobres que alguém pode escolher seguir.

“A satisfação diária é muito grande. Você pode resolver um problema que parece grande, mas muda a vida da pessoa, liberta de um sofrimento físico e passa a ter condições de retomar a vida, porque você atuou de alguma forma, isso não tem tamanho. É muito bom!”

Ao final da palestra, o diretor Edilson fez questão de lembrar que o médico foi voluntariamente ajudar as pessoas na tragédia das chuvas no litoral norte de São Paulo que aconteceu durante o Carnaval de 2023.

“Falar de coisas boas a serem feitas tem muitas, basta você se sentir tranquilo em poder ajudar alguém. Precisa ter paixão. Eu acredito que não teria condições de fazer outra coisa na vida. É necessário sentir-se à vontade com a área. Tem vontade de ir, vai atrás, que dá para fazer. Meu pai era motorista de caminhão, não tinha condições de manter dois filhos estudantes de Medicina e conseguiu!”

O Dr. Caio é pai do aluno Arthur Braz, do 5° ano.

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