Os alunos do 3° ano do Ensino Médio foram divididos em dois grupos, sendo um que defendia Thanos e o outro grupo que era contra. Além dos juízes, também alunos, para julgar a decisão dos colegas.
A principal questão filosófica posta foi: Thanos é tão mau quanto parece?
No primeiro momento, cada grupo expôs seus argumentos de defesa.
O grupo contra afirmou que: “Thanos usa a desculpa que os recursos são finitos. E que a população tende a acabar junto com os recursos, e, consequentemente, por isso, existe a pobreza e a desigualdade. A solução que ele apresenta é disseminar as pessoas, mas isso não resolve. Se ele propusesse uma nova forma de distribuição, um novo tipo de governo, estaria, de fato, ajudando as pessoas”.
O grupo a favor rebateu dizendo que: “Thanos salvou o planeta da autodestruição, fazendo com que a população diminuísse.
A escolha de Thanos pode doer agora, mas já existem estudos de que a Terra vai acabar. Estamos vendo que o aquecimento global já é uma realidade, por isso a importância desse choque na população”.
Com o debate, os alunos trouxeram a pandemia do coronavírus como argumento contra Thanos dizendo que: “mesmo as pessoas morrendo, não houve uma comoção da população”.
No final, os juízes decretaram que Thanos é inocente e não criminoso. Eles destacaram o *utilitarismo e a ética de Thanos, ou seja, toda a ação foi em prol da coletividade.
“Parabéns a todos pelos argumentos. Argumentos consistentes. Fico feliz que os alunos conseguiram trazer assuntos do dia a dia e fazer uma comparação com a pandemia.
Apesar de ser um filme, eles conseguiram trazer para a nossa realidade e discutir problemas políticos-sociais”, explica o professor de Filosofia, Projeto de Vida e de Empreendedorismo Maker, José Edson Silva.
No final da aula, o professor foi questionado por uma aluna em qual dos lados estaria e ele respondeu: “Eu gosto muito do conceito de Vontade Geral, de Rousseau, que é fazer aquilo que é certo. Não vamos pelo que a maioria diz, mas sim o que é correto”.
*Utilitarismo – ÉTICA
teoria desenvolvida na filosofia liberal inglesa, esp. em Bentham 1748-1832 e Stuart Mill 1806-1873, que considera a boa ação ou a boa regra de conduta caracterizáveis pela utilidade e pelo prazer que podem proporcionar a um indivíduo e, em extensão, à coletividade.