Como os estudantes podem ser avaliados no ensino remoto, no qual as salas de aula migraram para dentro das residências? É possível aplicar provas com base no conteúdo ministrado ao longo dos meses de quarentena? Essas são algumas das dúvidas que pais e responsáveis têm endereçado aos educadores.
Com a solução Geekie One – que alia material didático digital à tecnologia integrada e à prática pedagógica –, a escola acompanha o desenvolvimento de cada estudante de forma ainda mais completa, permitindo trabalhar dificuldades e estimular potencialidades de maneira personalizada. Trabalhando com avaliação há mais de 15 anos e incorporando a defesa da potencialidade da tecnologia – quando aplicada com intencionalidade pedagógica –, Camila Karino, diretora pedagógica da Geekie, afirma que o ensino remoto não é um impeditivo para que o docente realize as avaliações. Pelo contrário, a necessidade imposta de se manter aulas online têm demandado dos educadores a criação de novas formas de avaliação e pode ser uma oportunidade de transformação das formas avaliativas em sala de aula.
“Não estou falando somente da perspectiva convencional baseada em examinar o processo final de ensino-aprendizagem por meio de uma prova, mas de uma prática avaliativa que ocorre durante o processo, ou seja, em diferentes etapas e com propósitos distintos”, afirma a especialista, acrescentando que as evidências de aprendizagem coletadas durante as dinâmicas educacionais permitem aos professores tornar visível o real aprendizado – são dados coletados que direcionam as decisões pedagógicas e facilitam esse processo de avaliação, mesmo a distância. Além dessas possibilidades, o apoio da Geekie na facilitação de processos avaliativos e a captação destas informações em tempo real, está em constante evolução: escolas parceiras podem criar listas de exercícios e, muito em breve, até avaliações para serem aplicadas on-line: recursos que facilitam, assim, o processo de ensino e aprendizagem, tornando-o visível e amparado com relatórios de desenvolvimento acadêmico de estudantes para toda a comunidade escolar.
Edilson Bertucci, Diretor pedagógico do Colégio Harmonia, conta que a escola já conduziu as avaliações do semestre. Cada professor elegeu um instrumento – síncrono e assíncrono – mais adequado para coletar os dados diagnósticos do processo avaliativos. Além disso, “os síncronos são as atividades avaliativas realizadas durante o momento online com o professor, com data marcada e combinada com os alunos.
Os assíncronos são outras formas de propostas, nas quais os alunos recebem a tarefa e têm um prazo para realizar e enviar, posteriormente, como vídeos, resenhas, podcast, redações, exercícios”, detalha. De acordo com Bertucci, os alunos surpreenderam positivamente o corpo docente durante o processo avaliativo a distância. “A expressiva maioria levou a sério, dedicou-se aos estudos e desenvolveu as atividades com dedicação. Esse momento de provas a distância foi muito importante para refletirmos sobre ética, honestidade, superação, significado e objetivo de avaliar”, afirma, acrescentando que o retorno positivo dos pais também foi observado pelo corpo docente.
Para garantir que o processo avaliativo ocorra de forma integral é importante que sejam validados três elementos do processo de aprendizagem: participação (engajamento e colaboração), desenvolvimento (acompanhamento da evolução da aprendizagem: a avaliação formativa) e resultado. Esse conjunto resolve uma equação que possibilita uma avaliação mais integral e construtiva.
De acordo com Camila Karino, a avaliação da participação está condicionada à possibilidade de o educador de observar comportamentos e atitudes que os estudantes demonstram durante todo o percurso da aprendizagem. “Essa análise é realmente importante, pois transmite ao aluno a noção do quão valorizado é o engajamento dele – revelado por uma atitude aberta à mentalidade do crescimento (em substituição a uma mentalidade mais fixa) e de aprendizado contínuo. Essa assimilação é essencial porque substitui a concepção negativa de que avaliar é somente comprovar o domínio do conteúdo ao final do processo”, afirma.
Na metodologia da Geekie, que lança um olhar mais amplo e valorizando a jornada, é possível manter a coerência dos projetos pedagógicos que buscam desenvolver habilidades como empatia e colaboração. Na análise do professor, itens como a entrega de atividades no prazo estipulado; presença e interações nos momentos síncronos; interação nos encontros virtuais; e colaboração com membros da turma são indicadores a serem utilizados pelos docentes. Investir nessa forma de pensar é ter um ciclo mais completo do impacto da educação. Um ponto importante é que esse processo seja claramente apresentado ao aluno. Todo processo avaliativo precisa ser transparente, inclusive para fortalecer a autonomia e as escolhas dos alunos. Muitas escolas utilizam a rubrica como suporte para a avaliação da participação, é realmente um bom instrumento.
Para medir o desenvolvimento da aprendizagem – o segundo tópico –, o professor precisa estar atento às devolutivas claras dos alunos que possam gerar as evidências do domínio de assuntos e do desenvolvimento de habilidades, ou seja, foco no progresso do estudante. Essa forma possibilita uma análise da evolução da aprendizagem em diferentes momentos e por múltiplas estratégias do docente, direcionando cada ação. Mostra para o estudante o quanto o processo é importante para o resultado final. Neste contexto, uma maneira eficiente de avaliar é analisar o desempenho da turma nas atividades; os resultados individuais de estudantes em atividades; além disso, é importante conceber que as evidências estão no dia a dia em todas as interações que realizamos com os estudantes, em uma discussão realizada em sala de aula ou numa reflexão ao final de um capítulo. Um bom instrumento que permite um registro contínuo do desenvolvimento é os portfólios.
“A função aqui é gerar para o professor (mediador e tutor do conhecimento) evidências da assimilação da evolução – o pensamento do estudante fica visível para o professor. Quanto mais o docente registra essas evidências, melhor será a sua tomada de decisão e sua ação pedagógica. Assim, quando a escola consegue se apropriar e ter o domínio dessas informações, o processo de ensino-aprendizagem se torna mais eficiente. Além disso, prover essa mesma visibilidade para as famílias dará segurança de que o processo de aprendizagem está preservado, mesmo diante de um momento tão desafiador como o que estamos vivendo”, avalia Camila.
Em resultado há a avaliação de qual ponto o estudante conseguiu chegar ao final de um processo – pode ser bimestral, trimestral ou do ano letivo. Contudo, ele gera informações sobre a efetividade de um processo pedagógico. Geralmente, as escolas usam as provas para mensurar esse resultado; hoje, podemos usar relatórios de pesquisas como entregas e análises de portfólio que tragam evidências da assimilação por parte do aluno do conteúdo passado. Acima de tudo, as tradicionais provas ainda são alternativas possíveis, apesar das dificuldades de aplicação e da fidedignidade das respostas. Para contornar esse segundo ponto, é interessante pensar em questões abertas e que avaliam níveis cognitivos mais avançados. É importante ressaltar que resultado é o conjunto do que foi desenvolvido ao longo de um tempo determinado.
A avaliação desses três elementos – participação, desenvolvimento durante o processo e resultado final de aprendizado – engloba, de modo geral, os principais aspectos que precisam ser considerados em um processo educativo que valoriza não apenas a conclusão, mas o envolvimento e o esforço ao longo da jornada. A partir desses elementos o Harmonia pode comprovar a execução do trabalho pedagógico realizado e fazer uma deliberação sobre aprovação ou reprovação, requisito legal necessário.
“Uma pergunta recorrente que tenho ouvido de professores é sobre como avaliar de uma forma mais integral – não apenas o cognitivo. Contudo, É notório que o cognitivo só vai funcionar se o socioemocional do aluno estiver atendido de alguma forma. Nesse período a distância, a escola deve estar mais presente, mais ativa para garantir a manutenção dessa saúde emocional do estudante. E como podemos avaliar e propiciar essa estabilidade? Nas rotinas de pensamento – voltadas também para trabalhar o bem-estar social e emocional – reside uma boa resposta à essa questão. Uma delas, ‘Cor, símbolo e imagens’ incentiva os alunos a associar alguma situação específica com sentimentos. Ao tornar essa emoção visível, o docente pode avaliar e atuar para além do cognitivo”, detalha Camila.
Vale pensar, na percepção da diretora pedagógica da Geekie, que o momento síncrono não precisa ter turmas iguais ao ensino presencial. Além disso, com ajustes na grade que auxiliem o professor a agrupar alunos de outras formas, esse educador terá mais tempo e mobilidade para estreitar a proximidade com os estudantes; poderá, ainda, identificar melhor os aspectos socioemocionais de jovens e crianças. Quando liberamos o espaço na grade, a equipe de orientação pedagógica pode ser ainda mais proativa. Ainda mais, eles podem ajudar o estudante a enfrentar esse novo contexto.
Fonte: https://wp.me/paTrlo-doY