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4ª edição do Harmonia’s Talk Show debate os desafios da Amazônia e as queimadas no Brasil

Em sua quarta edição, o Harmonia ‘s Talk Show trouxe à tona uma discussão crucial sobre a maior floresta tropical do planeta e os incêndios que assolam o país. O evento, realizado nesta quinta-feira (26) no auditório do Colégio Harmonia, contou com Leonardo Sanches Previti, coordenador dos Laboratórios de Engenharia Civil e Arquitetura do Instituto Mauá de Tecnologia, e Victor Santos, ex-aluno do Colégio, estudante de Comércio Exterior e ativista climático e ambiental, com experiência em expedições na Amazônia.

O talk show iniciou-se com uma apresentação de notícias e imagens recentes sobre as queimadas no Brasil, contextualizando a urgência do tema. 

“Quando a gente fala que a Amazônia é rica em biodiversidade, a gente não está falando só em espécies, em vidas, em água e floresta. A Amazônia é rica, porque ela produz muita coisa para a gente. Ela produz muitos alimentos para a nossa base alimentícia do Brasil inteiro, ela tem ouro em seus rios e regiões com petróleo. Existe um interesse na Amazônia em explorá-la. Tudo isso que estamos vivendo, a maior seca da história, as queimadas, a péssima qualidade do ar, são consequências de impactos ambientais que estão acontecendo não só na Amazônia, mas em todo o Brasil e no mundo inteiro”, destacou Victor.

Victor Santos enfatizou a esperança no trabalho de organizações como o Greenpeace e nas discussões políticas sobre temas como o marco temporal das terras indígenas.

“Cada um que está aqui hoje tem o potencial de reverter essa situação. Eu tenho esperança cada vez mais não só pelo trabalho que a gente vem desenvolvendo como organização ambiental, mas por alguns governantes pautando algumas discussões sobre o marco temporal (a demarcação do território dos povos indígenas na Amazônia), além de entendermos essa urgência. A gente precisa conversar mais sobre isso e inserir no nosso cotidiano para pensar em soluções”.

Leonardo apresentou uma abordagem em duas etapas para enfrentar a crise: interromper imediatamente o desmatamento e recuperar áreas degradadas, seja por ação humana direta ou permitindo a regeneração natural.

Ele também ressaltou a importância de proteger outros biomas brasileiros, como o Pantanal, o Cerrado e a Caatinga.

“Além do Pantanal e do Cerrado, a Caatinga é o único bioma que é essencialmente brasileiro. Nenhum país do mundo tem essa vegetação  e tem uma enorme diversidade de espécies também.

A Mata Atlântica, onde nós estamos, São Bernardo, tem mais da metade do município de floresta. Aqui também tem que ter uma ação ativa de proteção, de recuperação. A água que a gente bebe vem da represa Billings – que está cercada de florestas e de ocupações irregulares”.

“Precisamos entender que soluções podem funcionar para Rondônia de um jeito, para o Amazonas de outro, então é fundamental valorizar a diversidade de povos, de técnicas e de saberes”, completou Leonardo.

O Harmonia’s Talk Show proporcionou um espaço de reflexão e debate sobre os desafios enfrentados pela Amazônia e o Brasil como um todo. 

“Essas discussões são fundamentais e deu para perceber que, embora não existam respostas simples, o primeiro passo é a vontade de mudança. O evento reforçou a importância da educação ambiental e do engajamento da sociedade na busca por soluções sustentáveis para preservar não apenas a Amazônia, mas todos os biomas brasileiros”, concluiu o diretor, Edilson Bertucci.

“A origem do nome “Brasil”, vem de brasa – vermelho do Pau-Brasil. E para extrair essa tinta, era desmatando. O Brasil é um país que carrega o desmatamento no nome. O processo de mudança por mais que seja demorado é urgente. Temos uma necessidade de repensar a estrutura econômica do país, que ainda depende significativamente da indústria do desmatamento”, finalizou Leonardo.

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