Gabriela Arruda, 25 anos, é uma educadora “fora da caixa”.
Quem a vê trabalhando com crianças não imagina que ela já foi aprovada em Engenharia na Universidade Federal do ABC. “Quando eu decidi não fazer o curso, minha família achou que eu tinha enlouquecido. Passei três anos da minha vida me preparando, mas meu negócio mesmo era lidar com gente”.
Nada de números e máquinas, a Prô Gabi começou a Pedagogia e, antes mesmo do início das aulas, já estava estagiando em uma escola bilíngue.
No final da faculdade, para o trabalho de conclusão de curso, Gabriela fez uma pesquisa na linha de Maria Montessori – uma educadora italiana que revolucionou a educação para crianças.
“Não era um método abordado na faculdade, não tem muitas escolas com essa metodologia no Brasil, mas a maneira como ela pensou e estudou a educação fez os meus olhos brilharem”, conta.
Decidida com suas escolhas, Gabriela começou a trabalhar em uma escola montessoriana e se aprofundou no método. Antes mesmo de terminar a faculdade, ela começou a se especializar fazendo o curso no Centro de Formação em Estudos Montessori, em Florianópolis. “As reuniões tinham mais de 100 professores, do Brasil inteiro, com culturas de escolas e costumes diferentes. Foi uma experiência incrível. Todos os professores acreditavam nesse ideal, com um mundo mais humano e de respeito à criança. Voltei transformada”.
No Harmonia, Gabi vem liderando essa revolução na Educação Infantil e nos 1ºs anos do Ensino Fundamental. Desde que chegou à escola, em 2019, ela tem colocado em prática ações e iniciativas que beneficiam o desenvolvimento natural das crianças. “Em 2020, conseguimos tirar os livros de Ciências, Geografia e História no 1º ano, porque as crianças têm um potencial enorme para ficar focadas apenas no que está no livro. Inovamos com os projetos interdisciplinares e com base na curiosidade das crianças”, explica.
E não para por aí. Neste ano, todas as Professoras do Infantil e dos 1ºs anos estão em um grupo de estudos da mesma linha de pesquisa puxada por ela. “Foi um percurso que começou comigo, depois a Bheatriz Harumi e a Renata Juarez se interessaram e, agora, são sete fazendo pesquisas, compartilhando leituras e pensando a educação juntas. “Estou muito feliz, porque eu acredito que pensar a educação dessa maneira transforma o professor, mas transforma muito mais as crianças”.
A professora tenta entender as demandas de cada aluno para tornar o cotidiano escolar mais leve. “Como características dessa abordagem, as turmas não andam em fila pelo colégio, eles sabem como ir de um lugar para o outro. A sala, na maioria do tempo, fica de porta aberta para eles irem e voltarem do banheiro quando eles quiserem. Eles têm acesso a todos os materiais.
Como educadora, Gabi sabe dos desafios que as crianças enfrentam diariamente.
“Montessori nos mostra que temos de ter um ambiente preparado, um adulto capaz e a criança, como pilares da educação.”